O Abate
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Vê este sangue! responde o funcionário que se curvava para melhor poder examiná-lo. Desde esse instante principiava-se a esquartejar o animal com uma maravilhosa rapidez. A perna direita, que se deixara livre enquanto se derrubava a vítima, será a primeira peça a ser cortada. O ajudante mantinha-a em posição vertical, aproximava-a de si ou afastava-a conforme se tornasse necessário, a fim de facilitar a tarefa do carniceiro que cortava os tendões e introduzia a faca nas articulações. A perna cortada era inteiramente abandonada aos transportadores enquanto se separava a cabeça do corpo, e se fendia este para lhe retirar a pele e extrair o coração. As três pernas restantes eram desatadas e cortadas por seu turno. As patas traseiras forneciam três bocados, a coxa, sut, a canela, iua e o pé inset. As costelas eram cortadas sucessivamente em vários quartos, o lombo que era carne de primeira, e o falso lombo. Entre as miudezas, o pâncreas e o fígado eram dois bocados muito apreciados. Quanto ao intestino, o açougueiro tinha a precaução de o erguer progressivamente para o esvaziar. O trabalho avançava por entre exclamações e ordens:
Despacha-te, camarada! Apressa-te, por tua vida! Acaba essa perna! Acaba de lhe tirar o coração! Quando se trabalhava no templo, a chegada do mestre de cerimônias ou só a simples menção do seu nome faziam redobrar o zelo:
De pé, despacha-te camarada, tira-lhe essa fila de costelas antes que o mestre de cerimônias venha fazer a sua tarefa sobre a mesa! Eis o lombo. Leva-o para a mesinha! O interpelado respondia sem manifestar qualquer impaciência:
Faço como queres! Faço o que quiseres! Por vezes, o carniceiro diz a si mesmo, porque foi abandonado pelo seu ajudante: É-me difícil fazer isto sozinho! |