OS CONDUTOSPARTE TRES



INTERIOR DE UM DOS CONDUTOS Mas porque existem condutos no monumento de Kéops? Antes de mais nada é preciso salientar que essa é a única pirâmide que apresenta tal característica, ou seja, eles são únicos e não existem outros condutos em qualquer outra pirâmide, seja ela anterior ou posterior à de Kéops. Agora sabemos que são elementos arquitetônicos complicados e extremamente longos, que exigiram um enorme esforço extra para serem construídos dentro da estrutura geral. Por outro lado, por suas dimensões reduzidas, obviamente não se destinavam à passagem de seres humanos. Diversas hipóteses já foram apresentadas pelos estudiosos para tentar solucionar o enígma. A primeira delas é a de que seriam condutos de ar. Bem, a resposta para isto — afirma Gantenbrink — é um retumbante "não". Os condutos da câmara da rainha estavam fechados em ambas as extremidades. Os da câmara do rei — se tivessem sido deixados abertos como condutos de ar — teriam exposto a câmara funerária a pássaros, cobras, ratos, etc., uma idéia certamente detestável para seres dedicados a proteger os restos do faraó a todo custo.

A segunda hipótese é a de que os condutos permitiriam observações astronômicas. Não! — diz novamente o engenheiro. Todos os condutos fazem curvas, freqüentemente várias vezes. Além disso, todos os condutos começam, nas suas extremidades inferiores, com seções horizontais de aproximadamente dois metros de comprimento. Assim, não há maneira pela qual uma luz de qualquer fonte possa jamais ter penetrado do exterior para o interior de qualquer uma das câmaras.

Como terceira hipótese o pesquisador cita a possibilidade dos condutos serem canais para água. E rebate: Isso é tolice. Todos os condutos têm junções abertas ao longo de seus pisos. Qualquer água que entrasse pelo topo desapareceria por estas aberturas e rachaduras, muito antes de poderem chegar à câmara funerária. Para não mencionar o fato de que a idéia de água na câmara do rei teria horrorizado os construtores que despenderam esforço enorme para proteger os restos do faraó de todas as influências externas.

A hipótese seguinte, também descartada por Gantenbrink, é a de que os condutos eram elementos destinados a conduzir energia, ou seja, que a pirâmide era algum tipo de usina de força movida a hidrogênio. Isto muito simplesmente contradiz pelo menos 100 anos de evidências arqueológicas. Além disso, os condutos nunca foram completamente selados em qualquer época e assim não havia nenhuma maneira de carregar energia através deles.

A quinta e última possibilidade que o autor apresenta é a de que os condutos se destinavam à passagem da alma do morto. Esta é a explicação mais provável, baseada nos sólidos dados que temos disponíveis. Pelo menos corresponde ao sistema de convicções religiosas dos antigos egípcios. De fato é possível que os condutos e as lajes de bloqueio possam estar relacionados com a religião, já que os textos egípcios falam que a alma do faraó encontraria uma série de portas antes de alcançar a recompensa da vida após a morte. Mas aqui aquele pesquisador se questiona sobre porque os condutos, destinados a serem rotas de fuga para a alma, foram construídos apenas durante uma única geração, não tendo havido nenhum outro conduto nas pirâmides anteriores ou posteriores à de Kéops. Se apenas uma geração julgou necessário prover para o faraó uma rota de fuga arquitetônica para sua alma, com certeza bastaria apenas um conduto para isso, mas existem dois que saem da câmara do rei. Os outros dois condutos estão localizados na assim chamada câmara da rainha. Ninguém jamais foi capaz de explicar a função dessa segunda câmara, especialmente levando-se em conta o fato de que não existe tradição de que qualquer rainha do Egito alguma vez tenha sido enterrada na pirâmide de seu marido. Para a alma de quem poderiam ter sido projetados esses dois condutos inferiores? Os condutos superiores têm saídas para o exterior da pirâmide. Os inferiores não têm. Os condutos superiores penetram diretamente na câmara do rei. Mas os inferiores originalmente paravam oito centímetros antes de penetrar na câmara da rainha. Oito centímetros de sólida rocha, sem absolutamente qualquer entalhe ou qualquer outra indicação em qualquer lugar sobre sua existência. Assim, esses dois condutos inferiores foram construídos, com enorme custo e esforço adicional, para serem totalmente invisíveis.



Os Condutos — Parte 2

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