Descobertas Arqueológicas

ERRO NA CRONOLOGIA EGIPCIA



CAPA DO LIVRO A cronologia egípcia tal como a conhecemos hoje pode estar errada. Pelo menos é o que pensam o historiador Peter James e mais quatro pesquisadores ingleses que, em 1991, publicaram o livro Centuries of Darkness (Séculos de Escuridão), o qual até hoje repercute no seio da comunidade científica. O livro discute pontos de vista controvertidos a respeito das sequências cronológicas do Egito, Oriente Próximo e mundo mediterrânico, no período compreendido entre 1200 e 700 a.C. De fato, com relação a essas duas últimas regiões, estudiosos apontam várias anomalias cronológicas. Nos séculos em torno do ano 1000 a.C., conhecidos como época obscura, civilizações daquelas áreas desaparecem por umas poucas centenas de anos e a seguir reaparecem, frequentemente com resquícios culturais relativamente similares. Os autores explicam que todas essas épocas são datadas através de ligações com o Egito e pretendem demonstrar que as anomalias desaparecem com o simples expediente de encurtar a cronologia egípcia.

Em verdade a cronologia egípcia desse período é datada por um sincronismo bíblico. O Livro I Reis, capítulo 14, versículo 25 afirma: No quinto ano do reinado de Roboão, Sesac, rei do Egito, marchou contra Jerusalém. Sesac é normalmente identificado como Shoshenk I (c. 945-924 a.C.), fundador da XXII dinastia, o que, historicamente, parece bastante verossímil. O que os autores desse livro sugerem é que Sesac era na realidade Ramsés III (c. 1194-1163 a.C.), da XX dinastia, removendo-se, assim, aproximadamente, dois séculos e meio dessa época obscura. Ramsés III usava Sesi como abreviatura de seu nome e a palavra pode ter sido traduzida incorretamente para Sesac. Em outras palavras, quem reinava no Egito 900 anos a.C. era Ramsés III e não Shoshenk I, que reinaria bem depois. Dentro desse raciocínio, Akhenaton não teria reinado aproximadamente entre 1353 e 1335 a.C., mas teria sido cotemporâneo do rei David de Israel, que viveu 300 anos depois. Isso explicaria a semelhança entre o Canto do Sol egípcio e o Salmo 104 do rei David. Este último seria a tradução para o hebraico do hino egípcio. Embora essa mudança não afete a cronologia bíblica, ela afeta o posicionamento histórico dos eventos bíblicos e a arqueologia bíblica.




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