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ROSTO DE IUFENAMUN Tendo falecido com idade aproximada de 40 anos, Iufenamun era um sacerdote do deus Amon-Rá no Templo de Karnak. Seu nome significa ele pertence a Amon. Seus títulos e a alta qualidade do seu embalsamamento e do seu ataúde indicam que se tratava de um homem de considerável importância. Executava uma larga gama de deveres e a necrópole do Vale dos Reis estava sob sua responsabilidade. A base do caixão deve ser da XXI dinastia (c. 1070 a 945 a.C.) ou da XXII dinastia (c. 945 a 712 a.C.) e está enfeitada com imagens de seu dono ao lado de deuses egípcios, inclusive Ísis e Osíris, Nut, a deusa do céu, Hátor, a deusa com cabeça de vaca e Amon-Ra, a deidade criadora. Estas imagens representam a vida após a morte e o renascimento e deveriam oferecer proteção ao defunto. Por volta de 961 a.C., um grupo de sacerdotes decidiu que para manter longe dos ladrões os corpos e os bens funerários dos poderosos faraós, seria necessário movê-los do Vale dos Reis para um novo e secreto local em Deir el-Bahari. Registros nos dizem que esta sagrada tarefa foi confiada a Nesypaqashuty e a Iufenamun. A ilustração acima mostra a reconstituição facial do sacerdote. Foi criado um modelo de gesso do crânio a partir de uma tomografia computadorizada da múmia. Depois, os artistas usaram este modelo como base para reconstituir em barro os músculos faciais e a pele. Como último passo, fundiram a face completada em bronze.

A tomografia da múmia revelou que ela está bem preservada. Há um corte no lado esquerdo do corpo por onde todos os órgãos internos, menos o coração, foram removidos. O coração foi deixado no lugar porque se acreditava que era o centro da inteligência e do sentimento e necessário na vida após a morte. Os órgãos removidos foram desidratados em natrão, um sal natural, antes de serem embrulhados e devolvidos ao corpo. O corpo também foi desidratado com natrão e preenchido com tecidos, para manter uma aparência mais natural, antes de ser envolto nas bandagens. A maioria dos tecidos que envolve a múmia está em faixas, enroladas primeiro individualmente ao redor dos membros e, depois, no corpo inteiro. Mortalhas dobradas foram colocadas ao redor do tórax e devem ter sido mantidas no lugar com tiras de linho, que, entretanto, não mais existem; porém, há um pedaço de tecido estreito trançado junto aos pés que pode ser sobra de uma delas. Todo os tecidos são feitos de linho e a maioria dos que podem ser vistos são de textura clara. Alguns são ásperos e grossos e, tradicionalmente, tais tecidos eram usados para embrulhar os membros. As mortalhas da área do tórax são de melhor textura e há faixas tingidas de azul em algumas delas. Uma descoberta interessante foi feita durante o exame e análise das bandagens: há um tecido na cabeça da múmia que é diferente de todo o resto. A análise e pesquisa da configuração do tecido mostraram que é uma forma primitiva de remendo usada para pontos desgastados do linho. Isto apóia a teoria de que, frequentemente, foram feitas bandagens a partir de roupas ou tecidos já usados. As bandagens feitas de linho são frágeis. Algumas estavam bastante soltas, danificadas ou perdidas. As mais frágeis estão nas laterais do tórax, na cabeça e nos pés. Provavelmente foram danificadas na antiguidade por pessoas que tentavam ver o que se escondia dentro delas. Muitas das bandagens estavam dobradas e não mais se encontravam no alinhamento correto e alguns fragmentos já não estavam mais presos.