Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos Remoção dos Ógãos

Introdução

Desde quando há múmias no Egito?

O que é uma múmia?

A mumificação

Materiais usados

Remoção dos órgãos

A secagem do corpo

As bandagens

As cartonagens

Variação das técnicas

Por que mumificavam?

Mumificação
de animais


Mumificação
de animais
Parte 2


Múmias falsas

Criando uma múmia

Criando outra múmia

Desenrolando
a múmia


Desenrolando
a múmia
Parte 2


Desenrolando
a múmia
Parte 3


Desenrolando
a múmia
Parte 4


Desenrolando
a múmia
Parte 5


A maldição
da múmia


A maldição
da múmia
Parte 2


Vale das múmias douradas

Múmias encontradas

DNA das múmias

Fatos curiosos sobre as múmias

Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 2


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 3


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 4


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 5


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 6


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 7


Fatos curiosos sobre as múmias
Parte 8


Contribuição
das múmias


Os rostos do passado HOME PAGE
FOTO DE UMA MÚMIA
Uma das múmias expostas no Museu Egípcio de Milão
Foto © Roseli M. Comíssoli de Sá
Os egiptólogos acreditam que os rituais de mumificação eram executados na região desertica, longe das áreas densamente povoadas, mas com fácil acesso ao Nilo. A lógica sugere que os embalsamadores trabalhavam em barracas abertas, e não em locais fechados, para permitir ventilação adequada. O primeiro passo consistia em lavar o cadáver com a água do rio no Ibu, ou seja, no Lugar da Purificação. Ritualmente isso significava uma espécie de renascimento, na medida em que a pessoa passava do mundo dos vivos para o dos mortos.

A seguir transportavam o corpo para o Per-Nefer, a Casa da Mumificação, onde o processo de embalsamamento começava. Colocado o corpo sobre uma mesa de madeira, iniciava-se a remoção do cérebro, cuja função para os egípcios era desconhecida e considerada sem importância. O órgão era jogado no lixo, pois não acreditavam que ele fosse necessário no além-túmulo. Depois de quebrar com um cinzel o frágil osso do topo do nariz, enfiavam na narina um comprido gancho de bronze, de ponta curva ou espiralada, com o qual retiravam a massa encefálica aos pedaços. Não se tratava de um trabalho assim tão difícil, considerando-se que o cérebro é formado por 75% de água. Raspavam os últimos resíduos com uma espécie de colher longa e lavavam o interior do crânio com óleo de palma e incenso.

Munidos de uma faca de obsidiana*, considerada uma pedra sagrada, faziam uma pequena incisão ao longo do lado esquerdo do corpo. O local exato desta incisão no corpo mudou com o passar do tempo e sua localização pode, potencialmente, ser usada para relacionar a múmia a um período particular da história egípcia. Por ali removiam cuidadosamente os órgãos abdominais, com exceção dos rins. Estes eram considerados tão sem importância a ponto de não existir uma palavra no idioma egípcio para designá-los e quando eram removidos isso ocorria de forma meramente acidental. A seguir cortavam o diafragma para remover os pulmões. Os egípcios acreditaram que no coração estava a essência de uma pessoa, que ele era a sede da emoção e da mente e, assim, quase sempre o deixavam no corpo. Os outros órgãos eram lavados, encharcados com natrão, protegidos com resina quente, embrulhados em tiras de linho e armazenados em vasos de cerâmica decorativa. Estes recipientes, que os egiptólogos batizaram de vasos canopos, protegiam os órgãos na passagem para a vida após a morte. Quando os sacerdotes danificavam os intestinos, colocavam uma corda em seu lugar dentro do vaso.

Removidos os órgãos, os embalsamadores enxaguavam a cavidade vazia do tórax com vinho de palma para purificá-la. Para manter o corpo com a mesma forma que tinha em vida, enchiam a cavidade com incenso e outros materiais, o que impedia que a pele fosse puxada para dentro da cavidade quando o corpo secasse. A boca podia ser preenchida com linho ou até mesmo com cera e a língua às vezes era coberta por uma placa, frequentemente feita de ouro. Se as posses do falecido não permitisse pagar por todo esse procedimento, havia a alternativa mais econômica. Sem fazer qualquer incisão, os sacerdotes apenas injetavam uma mistura oleosa no interior do abdómen e arrolhavam o ânus para impedir a saída do líquido. Tal substância, semelhante a aguarrás, era tão forte que dissolvia as entranhas, arrastando-as consigo quando, passados alguns dias, a rolha era retirada. Esse procedimento foi realizado em um sepultamento de várias princesas enterradas juntas durante a XI dinastia (c. 2134 a 1991 a.C.).

No Período Greco-romano (332 a.C. a 395 d.C.), os órgãos internos eram frequentemente deixados no lugar. Consequentemente, muitas múmias deste período mostram preservação pobre do tecido humano e danos causados por insetos.

* Obsidiana = Feldspato potássico de origem vulcânica que tem o aspecto de vidro de garrafas. A palavra vem de Obsídio, que teria descoberto a pedra.