Descobertas Arqueológicas

ESQUELETO EM AMARNA Um cemitério da cidade de Amarna destinado às pessoas comuns e não às da elite foi descoberto em março de 2013. Das 20 a 30 mil pessoas que viveram em Amarna durante seu breve auge, talvez 10% constituia a rica elite que vivia em vilas espaçosas e teve tumbas decoradas construídas para eles. Os demais terminaram seus dias nesse cemitério sul onde a maioria foi enterrada em sepulturas estreitas marcadas por pilhas de pedras. Os túmulos não contêm muitos dos pertences achados nos enterros da elite. As pessoas comuns de Amarna não poderiam gastar muito, mas a simplicidade de seus enterros também pode indicar que aqueles pertences funerários estavam perdendo a importância naquela época. Entre os poucos objetos achados nas sepulturas estão três contas em formato de hipopótamo, provavelmente usadas por uma mulher ou criança ainda em vida como amuletos protetores. A maioria dos esqueletos estava enrolada em esteiras de galhos. Um dos poucos caixões do cemitério está pintado com hieróglifos que na realidade não podem ser lidos, o que sugere que o artista que o fabricou, e talvez a pessoa que o encomendou, eram analfabetos. Mais de 200 sepulturas foram escavadas e apenas 20 ataúdes foram encontrados.

CARREGANDO BLOCO A análise de mais de 150 esqueletos quase intactos revelou fraturas, desgastes por levantamento de pesos e desnutrição excessiva entre os cidadãos da cidade. Situada a 350 km ao sul do Cairo, Amarna foi o centro do Egito por um curto período de 17 anos. Os esqueletos infantis revelaram que as crianças eram subnutridas, raquíticas e sofriam de escorbuto. Parece provável que as crianças acima de 8 anos de idade não foram alimentadas corretamente e foram submetidas a níveis anormalmente altos de atividade física. Seus esqueletos mostram evidência do uso constante dos músculos. Por sua vez, mais de três-quartos dos adultos teve doença degenerativa das juntas, provavelmente por puxarem cargas pesadas, e cerca de dois-terços destes adultos tiveram pelo menos um osso quebrado. Vértebras fraturadas e comprimidas eram comuns. Eram altos os níveis de danos causados por acidentes. As descobertas sugerem que a rápida construção de Amarna deve ter sido especialmente dura para seus cidadãos. Baseado no tamanho padronizado dos tijolos encontrados em estruturas próximas, acredita-se que cada trabalhador carregava um bloco de pedra calcária com peso de 70 quilos num sistema semelhante ao de uma linha de montagem. Uma cena esculpida, que provavelmente vem de Amarna, mostra um homem carregando um destes blocos nos ombros abraçando-o com ambas as mãos. Erguer as estruturas da cidade tão rapidamente teria exigido que os trabalhadores levassem a cabo essa pesada tarefa repetidamente. Isso poderia ter causado a doença das juntas que os esqueletos revelaram. Na foto o esqueleto de um jovem que faleceu com 19 anos de idade.




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