Descobertas Arqueológicas
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UM FARAÓ ASSASSINADO



FARAÓ TETI Os arqueólogos não são Indiana Jones, mas alguns gostam de resolver mistérios dignos de um romance de Agatha Christie. É o caso, por exemplo, do egiptólogo Naguib Kanawati, da Macquarie University, de Sidney. Segundo ele o faraó Teti (c. 2323 a 2291 a.C.) foi assassinado. É claro que ele não pode ter certeza, mas acredita que existem evidências suficientes para sustentar essa tese. O arqueólogo australiano começou analisando o túmulo da princesa Idut, filha de Teti que morreu por volta de 2330 a.C., quando ainda era uma criança. Nos relevos da sua capela mortuária a figura da jovem foi esculpida por sobre a imagem raspada de um homem, da qual ainda se pode ver que um pé foi apagado e lixado. O proprietário original da tumba era Ihy, vizir do avô da garota, o faraó Wenis (c. 2356 a 2323 a.C.). Como os demais egípcios ricos e bem-posicionados do seu tempo, Ihy havia gasto anos preparando o lugar de seu descanso final. Assim, como a princesa Idut foi parar no túmulo dele? A resposta do arqueólogo envolve uma nova e desafiadora teoria sobre um golpe palaciano e as circunstâncias misteriosas que cercam a ascensão do rei Teti. Nós não sabemos de onde Teti veio — ele afirma. Nós apenas sabemos que ele se casou com uma filha de Wenis e tornou-se rei quando o sogro morreu. Eu penso que ele subiu ao trono pela força e Ihy se opôs a ele, sem sucesso. Como um castigo permanente, Teti deu a tumba de Ihy a uma filha.

O faraó Teti tinha duas esposas, Iput e Khuit, que certamente conspiravam uma contra a outra. A pirâmide de Iput foi descoberta na década de 1890. Os especialistas assumiram que ela era a esposa principal de Teti porque seu filho Pepi I (c. 2289 a 2255 a.C.) se tornou rei. Entretanto, recentemente foi encontrada a pirâmide de Khuit e descobriu-se que ela foi construída primeiro e, portanto, essa rainha deve ter precedido Iput. Um filho dessa mulher com o faraó, herdeiro do trono, chamava-se Tetiankh-Kem e sua múmia mostra que morreu com cerca de 25 anos. Então, pode ter ocorrido que o filho mais velho de Teti tenha morrido jovem e Pepi I, o filho da segunda esposa, Iput, tenha herdado o trono em seu lugar. Talvez. Mas talvez a história tenha sido outra, e de enredo sinistro.

Esse período da história egípcia é obscuro. As antigas listas de reis não são conclusivas. Algumas saltam diretamente de Teti a Pepi I. Mas duas delas inserem outro soberano, o misterioso Userkare, entre pai e filho. Acrescentando a isso descobertas de fragmentos de evidência escrita, os arqueólogos estão chegando à conclusão de que Tetiankh-Kem foi assasinado junto com o pai, o faraó Teti. Talvez Userkare estivesse envolvido até mesmo na conspiração, mas ele só reinou até que a rainha Iput conseguisse controlar a situação e colocasse seu filho Pepi I no trono.

Novas evidências de que uma conspiração derrubou Teti surgiram nas tumbas de seus cortesãos. Existe outra capela mortuária que foi preparada para uma pessoa e usada por outra. O nome original foi apagado e outro foi inserido: Seshemnefer. Esse homem era um funcionário muito secundário, mas diz que sua tumba foi designada a ele pelo rei. O nome do dono original do túmulo permanece em sua entrada, pois alguém esqueceu de apagá-lo. Era um funcionário de categoria, chamado Hezi, vizir do rei Teti. Em cenas que mostravam o vizir sua figura foi apagada meticulosamente. Os egípcios acreditavam que o defunto podia viver através das figuras que o representavam. Para punir alguém no além-túmulo era preciso mutilar cada uma de suas imagens. Destruindo as imagens de Hezi, alguém cortou permanentemente seu acesso ao mundo dos vivos. O que ele teria feito para ser castigado assim tão severamente? O arqueólogo Kanawati acredita que ele conspirou contra o faraó Teti. Pepi I, o herdeiro sobrevivente, teria se vingado para todo o sempre mutilando e designando a tumba de Hezi para outro. O médico chefe de Teti e o supervisor do arsenal receberam o mesmo castigo. O funcionário encarregado da guarda do palácio parece ter tido um papel secundário, pois em sua capela só foram apagados dos relevos seu nariz e seus pés. No Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.), muitos anos depois de sua morte, Teti ainda era adorado como divindade e sacerdotes mantinham vivo o seu culto.




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