Descobertas Arqueológicas
Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer Burros da Época de Narmer

ESQUELETOS DE BURROS Embora tenham sido descobertos em 2003, apenas em 2008 arqueólogos se dedicaram a estudar em detalhes dez esqueletos de burros selvagens que foram encontrados em túmulos no Egito. São os animais mais antigos encontrados desta espécie naquele país e foram datados da época de Narmer (c. 3000 a.C.) ou de Aha (c. 2900 a.C.). Os animais apresentam sinais claros de domesticação e estavam deitados de lado em três tumbas construídas com adobe achadas em Abido, cerca de 480 quilômetros ao sul do Cairo. Provavelmente o faraó achou que as bestas de carga lhe seriam úteis no além-túmulo. Os esqueletos representam a primeira evidência clara da domesticação do asno selvagem.

Os burros pertencem à família dos equinos que inclui cavalos, zebras e asnos selvagens africanos, os quais são os antepassados dos burros domesticados. A mula, por sua vez, é resultado do cruzamento de um burro com uma égua. Estudos genéticos e outras pesquisas apontam para uma origem africana dos burros cerca de 6000 anos atrás. Esqueletos de burros dessa época são raros e é difícil detectar mudanças que possam distinguir asnos selvagens de burros domesticados. A nobreza egípcia caçava asnos selvagens africanos muito tempo depois dos burros serem domesticados e assim ambos ocorrem em sítios arqueológicos do Egito dinástico. No estudo feito com os exemplares encontrados, como os esqueletos estavam inteiros, foi possível determinar como os animais eram quando viviam. Os ossos dos esqueletos de Abido foram comparados com esqueletos de 53 burros modernos e asnos selvagens africanos. Os resultados sugeriram que os burros tinham aparência similar ao asno selvagem da Somália, uma subespécie de asno selvagem africano que hoje ainda está vivo. Isso significa que os burros tinham 1,2 metros de altura e pesavam, aproximadamente, 272 quilos sendo, portanto, muito maiores do que um burro moderno. Para efeito de comparação, uma zebra tem a mesma altura e pode pesar até 430 quilos.

O desgaste das juntas e outras características ósseas indicaram que os animais levavam cargas pesadas como os burros da atualidade. As juntas apresentam sinais de abrasão de tal monta que sugerem que suas cartilagens protetoras devem ter sido destruídas. Os pesquisadores notaram artrite das vértebras atrás das espáduas, onde as cargas são normalmente colocadas. Os burros não eram suficientemente velhos para justificar o dano dos ossos, já que as idades calculadas dos animais oscilam entre 8 e 13 anos quando morreram. Os burros são os animais mais antigos usados como bestas de carga para carregar as pessoas e seus bens. O achado dos egiptólogos é a primeira evidência de burros que carregavam cargas no Egito. O uso destes animais possibilitou criar rotas de transporte por terra, as primeiras rotas de comércio entre os egípcios e sumérios, por exemplo. A importância específica dos animais encontrados cresce em função do local onde estavam enterrados. Eles provavelmente estavam associados com a tumba de Narmer ou Aha, que pode ter sido o filho de Narmer, faraós dos primórdios da formação do Egito. O fato sugere que os animais eram de grande importância para o rei e para o estabelecimento do Estado egípcio que surgia. É muito provável que esse transporte terrestre tenha ajudado a integrar o país.




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