Descobertas Arqueológicas

TUMBA DE FARAO DA XVII DINASTIA



TÚMULO DE NUBKEPERRE O período da XVII dinastia (c. 1640 a 1550 a.C.) foi bastante tumultuado no antigo Egito. Em meados de 2001 uma equipe conjunta de arqueólogos egípcios e alemães descobriu o túmulo de um dos últimos faraós daquela dinastia. O nome do soberano era Nubkeperre Intef (Antef VII) e essa foi a primeira tumba real descoberta daquele período. Ela está situada em frente à moderna Luxor, do outro lado do Nilo, na porção norte da necrópole tebana, na entrada para o Vale dos Reis. Aquela área recebe o nome de Dra' Abu el-Naga e sabe-se há muito tempo que foi o cemitério de reis e outras personalidades da XVII dinastia e do princípio da XVIII (c. 1550 a 1307 a.C.). O que se encontrou foi a parte inferior de uma pequena pirâmide, com cerca de 11 metros na base e altura presumida de 13 metros, feita com tijolos de barro e cercada por um muro do mesmo material. Seu revestimento em gesso branco devia brilhar ao sol. Na foto acima vemos uma representação artística do monumento. Frente a ele havia um poço funerário no qual foi encontrada a cabeça em tamanho real de uma estátua do faraó feita de arenito. Apesar de muito danificada, ela ainda apresenta traços de tinta vermelha nas faces.

Nas cercanias da pirâmide foi encontrada grande quantidade de material, principalmente variados recipientes de cerâmica como, por exemplo, vasilhas polidas vermelhas, usadas no culto póstumo do faraó. Apenas desse tipo foram resgatadas mais de 250 exemplares. No mesmo local foi descoberta uma pequena capela funerária adjacente à pirâmide, mas fora de seus muros e pertencente a outra pessoa. As paredes internas da capela estavam decoradas com representações de seu proprietário, acompanhadas de seu nome e títulos. De acordo com estas inscrições, o dono de tumba, chamado Teti, era tesoureiro e chanceler do rei. Em uma das paredes permanecem restos de um grande cartucho com o nome do faraó. Acredita-se que Nubkeperre Intef tenha sido o avô de Kamósis (c. 1555 a 1550 a.C.) e de Amósis (c. 1550 a 1525 a.C.), os dois faraós que expulsaram do Egito os hicsos, invasores de origem asiática que reinaram ao norte do país ao mesmo tempo em que os reis da XVII dinastia reinavam em Tebas.

A pista que levou a essa descoberta foi um antigo documento de cerca de 1110 anos antes de Cristo, conhecido como papiro Abbott. Ele menciona a tentativa frustrada de ladrões que, aproximadamente em 1200 a.C., se empenharam em roubar a tumba do faraó cavando um túnel a partir de outro túmulo pertencente a um funcionário chamado Shuroy. Muito posteriormente, em 1827 da nossa era, outro grupo de ladrões encontrou a tumba, removeu e vendeu o ataúde dourado que ela continha. O ataúde encontra-se hoje em Londres, no Museu Britânico, mas a localização do túmulo era desconhecida. Embora em 1924 o arqueólogo americano Herbert E. Winlock tenha descoberto a tumba de Shuroy, nunca tentou encontrar nas suas proximidades o túmulo do faraó que agora veio à luz. A descoberta atual confirma a precisão surpreendente do papiro: ele se refere a um pequeno túnel e entre a sepultura de Shuroy e o canto nordeste da pirâmide a distância é de apenas um metro e meio.




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