Fatos Curiosos sobre o Antigo Egito
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Na câmara mortuária do túmulo de Tutankhamon foram encontrados dois trompetes: um de prata e outro de cobre. O primeiro mede 58 centímetros de comprimento, seu pavilhão tem 8,8 centímetros de largura e a largura do tubo evolui de 1,7 centímetros perto do bocal para 2,6 centímetros junto ao pavilhão. É fabricado de prata martelada, com uma faixa decorativa de ouro ao redor da extremidade do pavilhão e com bocal de ouro puro. O tubo cônico e o pavilhão são feitos de duas peças separadas, soldadas com prata. O instrumento é decorado com um painel que mostra o rei usando a Coroa Azul e segurando o cetro da realeza. Ele se encontra em pé diante da figura do deus Ptah, ao passo que Rá-Harakhti está postado nas suas costas. A inscrição diz: O Grande, Ptah, Senhor da Verdade, Criador de tudo aquilo que o rei recebe, Vida de Amon-Rá, Rei de todos os Deuses. Todas as figuras são mostradas debaixo do sinal hieroglífico que significa céu e a linha de base simboliza a terra. Os dois instrumentos de Tutankhamon não são os únicos trompetes encontrados por arqueólogos no Egito. Existe pelo menos mais um, de proveniência desconhecida, feito de bronze, com 53 centímetros de comprimento e um pavilhão muito mais largo, com 16 centímetros de diâmetro, e datando, provavelmente, do período ptolomaico. No antigo Egito o trompete recebia o nome de sheneb e parece ter sido primordialmente um instrumento musical militar. Como tal é representado em cenas de batalhas e de paradas militares. São poucos os casos em que é mostrado o uso do trompete em cerimônias civis. Em 1939 realizou-se no Museu Egípcio do Cairo, numa tarde de domingo, uma gravação do som do trompete de prata de Tutankhamon, com transmissão ao vivo pelo rádio, a qual atingiu um público estimado de 150 milhões de ouvintes ao redor do mundo. No início do programa da BBC de Londres foi entrevistado Alfred Lucas, um dos últimos sobreviventes da equipe de Carter e responsável pela restauração dos tesouros da tumba. O escolhido para tocar o instrumento foi um soldado britânico, o trompetista James Tappern, mostrado na foto ao lado no momento histórico, que usou um bocal moderno. Como os rumores de guerra rondavam a Europa, houve quem se lembrasse da "maldição de Tutankhamon" e, por ser o trompete um instrumento bélico, diziam que seu som iria "despertar os cães da guerra". Tinha havido uma tentativa frustrada anterior de tocar o trompete de prata diante do rei Farouk, ocasião na qual o precioso instrumento fez-se em pedaços, provavelmente por causa do bocal moderno que foi inserido para tocá-lo. Depois que foi consertado, a gravação realizou-se com sucesso. Uma queda de energia no Cairo quase impediu a transmissão, mas com o emprego de baterias e luz de velas a situação foi contornada. O locutor anunciou: O trompete do faraó Tutankhamon, senhor das duas coroas, rei do sul e do norte, filho de Rá! Foi então que se ouviu o que foi descrito como uma límpida voz prateada do glorioso passado do Egito... ecoando pelos quatro cantos da Terra. A guerra estourou na Europa seis meses depois, mas Rex Keating, um pioneiro da era do rádio que convenceu as autoridades egípcias a autorizarem o uso do trompete, afirma: Permaneço convencido de que foi um pequeno austríaco de bigode, não a ação fatídica da maldição de Tutankhamon. A gravação hoje faz parte dos arquivos sonoros da BBC. Se você quiser ouvi-la, faça o download de um pequeno programa freeware que a contém. O trompete de cobre de Tutankhamon foi um dos artefatos raros roubados do Museu Egípcio do Cairo durante a revolução de janeiro de 2011 que derrubou Mubarak da presidência do Egito. O trompete de prata escapou da pilhagem pois estava viajando numa exposição itinerante. Felizmente, este que é um dos intrumentos musicais mais antigos do mundo que ainda sobrevivem, acabou sendo encontrado, junto com outros artefatos do faráo, dentro de uma bolsa no metrô do Cairo. |
Os túmulos do Vale dos Reis, talhados nas rochas, são decorados com pinturas murais e de teto. O trabalho em local escuro exigia o uso de lamparinas de azeite. Mas como evitar que a fuligem ou fumaça das mesmas danificasse as pinturas? Os arqueólogos descobriram que as mechas das lamparinas eram mergulhadas em salmoura antes da utilização. A mecha assim tratada se inflama sem criar nódoas escuras. |
De acordo com um papiro exposto no Museu Britânico, em Londres, a enxaqueca já atormentava os antigos egípcios. Nesses casos, segundo o documento, o sacerdote deveria pegar um crocodilo feito de argila e colocar sementes sagradas em sua boca. Depois, prender o animal sobre a cabeça do doente usando uma tira de linho puro, na qual teria escrito previamente os nomes dos deuses. Tudo, é claro, acompanhado de orações apropriadas. |
A preservação dos pigmentos nos papiros, como se pode imaginar, é um sério problema para os museus. A ação da luz e do ar vem enfraquecendo as tintas desses documentos tão preciosos. Também pudera, foram escritos há cerca de 4500 anos! Tal problema tem sido satisfatoriamente resolvido desde 1995 através do emprego de uma substância gelatinosa semitransparente obtida a partir da limpeza e desidratação das bexigas natatórias do esturjão, do bacalhau e de outros peixes. Desenvolvida por pesquisadores do Museu Britânico, essa substância recebeu o nome de isinglass e atualmente é produzida na Rússia, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, Índias Ocidentais, Filipinas e no Brasil. Tem a textura de uma cola e é aplicada por toda a extensão do papiro. Ao secar, preserva com muito mais eficiência do que os forros de papel que eram usados anteriormente. Isso tem possibilitado retirar dos porões dos museus papiros que estavam enfurnados para evitar sua maior danificação. O produto também é usado para a clarificação de vinhos e cervejas, solidificação de jóias e em colas e cimentos. |
O famoso busto de Nefertiti, com 50 centímetros de altura, foi examinado com tomografia computadorizada por peritos do Museu de Berlim onde a escultura se encontra. A conclusão a que chegaram foi surpreendente. Ao que parece, Tutmósis, o escultor, teria preparado um rosto perfeito e depois, talvez por solicitação da própria rainha que deve ter posado para o trabalho, acrescentou olheiras e rugas à sua obra. O busto mostra Nefertiti com lábios grossos aumentados por um batom vermelho escuro; as pálpebras e sobrancelhas ressaltadas com preto; um longo e gracioso pescoço estabelecendo equilíbrio com a alta coroa e as cores brilhantes do colar constrastando com o marrom amarelado da pele lisa. A análise científica revelou que por baixo da superfície recoberta pela pintura existem quatro camadas de retoques feitos com gesso sobre a pedra calcária, acrescentando as imperfeições presentes no rosto da esposa de Akhenaton (c. 1353 a 1335 a.C.). O curioso da história é que o escultor não estava tentando criar uma imagem idealizada da rainha. Muito ao contrário, parece que revelar o desgaste natural da pele dava um sentido de maior beleza para os egípcios daquela época. Talvez Nefertiti achasse, ao contrário das mulheres atuais, que as rugas tornariam sua imagem mais individual e expressiva. Ao que parece, a idade não era tabu naquela época, mas símbolo de prestígio. As rugas já foram encaradas como sutis indicadoras da sabedoria de seus portadores. Desconhece-se a idade que Nefertiti teria ao casar-se com o faraó e, é óbvio, também não se sabe que idade teria ao posar para a execução do busto. Atualmente a peça se encontra no Neues Museum de Berlim. |
Em 1990, arqueólogos encontraram um recinto perdido em baixo do Templo do Sol da rainha Nefertiti em Tell el-Amarna e tal descoberta mudou para sempre a história da cerveja. Depois de analisarem a borra encontrada em grandes tonéis naquele local, chegaram à conclusão de que tinham achado uma cervejaria que produzia bebida para os faraós. Essa talvez seja a mais antiga cervejaria conhecida. Os estudiosos foram até mesmo capazes de decifrar a receita e o método de fermentação usado pelos antigos egípcios para fazer cerveja. Em 1995, a Egypt Exploration Society reuniu-se a duas cervejarias inglesas e, usando exatamente os mesmos ingredientes e o mesmo processo de preparação, foram capazes de reproduzir a antiquíssima cerveja. Em um leilão, uma garrafa de 373 mililitros dessa cerveja foi vendida por 7200 dólares!! Depois disso, o Sibel Institute of Technology, uma instituição de Chicago destinada à formação de profissionais cervejeiros, foi mobilizado para supervisionar a produção de uma quantidade rigidamente controlada de uma cerveja baseada naquela fórmula, digna do paladar de um faraó, e que recebeu, adequadamente, o nome de Pharaoh's Gold (Ouro do Faraó). Em 1997 o produto começou a ser comercializado. A bebida é fabricada sem produtos químicos e com ingredientes completamente naturais, fermentada em tonéis por dois meses e meio e, a seguir, fermentada e envelhecida na garrafa por mais de um ano. A empresa que a produz chama-se Pharaoh's Brew Ltd. e está situada na cidade de Glendale, na Califórnia. Enquanto que as cervejas atuais podem ser armazenadas, em média, por seis meses, esse novo produto — afirmam os fabricantes — continua perfeito ano após ano e seu tempo de armazenagem pode ultrapassar o de muitos vinhos finos. Além disso, seu teor de álcool é três vezes superior ao da maioria das cervejas disponíveis no mercado. Com características tão únicas, ela vem embalada em garrafas personalizadas, com selos de proteção especiais, acabadas à mão, numeradas, assinadas e datadas pelo cervejeiro, sendo vendida apenas uma unidade para cada comprador previamente registrado. Não há duas garrafas iguais, também afirmam os fabricantes. Cada garrafa é tão individual quanto uma impressão digital para cada comprador registrado. Para assegurar a autenticidade, ao ser vendida a garrafa é registrada no nome do comprador na Onan Library of Beer. O preço disso tudo? Cem dólares mais frete para cada garrafa. Parte desse dinheiro é doado ao Museu do Cairo. Se você se habilitar, bom proveito. |
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