Descobertas Arqueológicas

Nas pesquisas que estão sendo realizadas desde 1991 no sítio de Behdet, os arqueólogos descobriram dois templos subsidiários: um de Psamético I (664 a 610 a.C.), o segundo faraó da XXVI dinastia, e o outro de Nectanebo I (380 a 362 a.C.), o primeiro rei da XXX dinastia. Aquela cidade era a que estava situada mais ao norte do Delta nilótico na época faraônica e teve sua ocupação iniciada por volta de 2400 a.C. e permaneceu habitada até o começo do VI século da nossa era. Na antiguidade era um porto no estuário de um dos braços do Nilo. O templo principal do local foi dedicado ao deus Amon.

O templo subsidiário de Psamético I era um pequeno monumento medindoDEPÓSITO DE FUNDAÇÃO DE PSAMÉTICO I 53 por 34,55 metros. Estava situado junto a uma cidadela existente no canto sul do muro de vedação que circundava o templo principal. Apenas os alicerces foram encontrados, mas foi o suficiente para determinar a planta do monumento que tinha a forma tradicional com um santuário retangular e um pilone dianteiro. Nos cantos do alicerce por sob o pilone e em um dos cantos da parte traseira do edifício, foram recobrados os assim chamados depósitos de fundação, ou seja, pequenos objetos que eram colocados sob as bases da construção como parte do ritual de fundação de um novo edifício. Aqui foram desenterradas peças de pedra, vasilhas de cobre, placas de vários materiais, como essas em ouro que vemos à esquerda, inscritas com o nome do faraó e outros objetos ligados aos rituais de fundação. No eixo do pilone foi encontrado um fragmento de relevo de uma parede de pedra calcária com parte de uma cena do Festival Heb-Sed, mostrando a figura de uma deusa.

Quanto ao templo subsidiário de Nectanebo I, toda a estrutura de pedra doDEPÓSITO DE FUNDAÇÃO DE NECTANEBO I edifício foi destruída e a pedra removida para reutilização, tendo restado apenas alguns blocos de alvenaria assentados fora de suas posições originais. O edifício foi construído em uma área abrangendo aproximadamente 53 por 25 metros, sem considerar o pórtico de entrada. Da areia nos cantos traseiros dos alicerces foram desenterradas partes de dois depósitos de fundação contendo placas inscritas com os nomes de Nectanebo I e objetos de significado ritual, como vemos na figura ao lado. O templo era formado por uma parte traseira retangular com um pronaos frontal mais largo. Em frente a este último havia um pórtico, provavelmente formado por colunas unidas por paredes a meia altura, o qual se estendia por quase 22 metros além da fachada do pronaos. Em 2001 foram achados alguns vestígios adicionais de alicerces estendendo-se para oeste em frente ao pórtico, em uma área danificada por uma escavação realizada no século XIX. Eles podem ter pertencido a uma ampliação do templo realizada no Período Ptolomaico (304 a 30 a.C.), mas tão pouco foi preservado que a existência de duas paredes que flanqueiam o eixo do templo foi tudo o que pôde ser confirmado.




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