CARTUCHO DE NINETJER

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ESTATUETA DE NINETJER Esse faraó é chamado de Binôthris por Maneton. Ninetjer significa simplesmente Divino, ou Aquele que Pertence à Divindade, sendo que o termo divindade provavelmente, nesse caso, refere-se ao deus Rá. Como os nomes de Ninetjer e de seus dois antecessores, Reneb e Hetepsekhemwy, foram encontrados inscritos em uma estatueta de granito de um sacerdote funerário chamado Hetepdief, isso indicaria que houve continuidade entre os três primeiros reis da II dinastia (c. 2770 a 2649 a.C.), pois os cultos funerários dos três foram praticados por apenas um individuo. Consta dos textos referentes ao rei a construção de uma estrutura chamada Hor-ren, que pode ter sido um palácio, no sétimo ano de reinado. Também consta a ocorrência de uma guerra civil no décimo terceiro ano, ocasião em que uma cidade denominada Casa do Norte teria sido destruída. Outra interpretação é a de que teria sido necessário sufocar uma rebelião no Baixo Egito. Registros feitos em recipientes de pedra oriundos de Saqqara sugerem que o reinado dele foi de pelo menos 35 anos, pois uma anotação diz que o censo bienal do gado há pouco tinha sido executado pela décima sétima vez. A capital de seu reinado foi Mênfis. Maneton informa que foi no tempo deste faraó que ficou decidido que as mulheres poderiam ocupar o trono. Essa afirmativa coloca em dúvida se realmente Merneith teria governado o país na I dinastia (c. c. 2920 a 2770 a.C.).

O túmulo de Ninetjer ainda não foi descoberto. Selos de jarros com seu nome foram encontrados em vários lugares do Baixo Egito, a maioria em Saqqara. Há possibilidade de que uma tumba próxima de Gizé, onde cinco selos de jarros foram descobertos com seu nome, tenha sido o local do seu sepultamento, embora três grandes túmulos em Saqqara também tenham sido datados do período do seu reinado. Um deles, de dimensões imensas, talvez tenha abrigado o sarcófago e a múmia do faraó, embora o nome de um nobre chamado Ruaben tenha sido encontrado em fragmentos de jarros de pedra na subestrutura da construção.

No Alto Egito o nome deste faraó só foi encontrado em Abido em recipientes de pedra da tumba de Peribsen, o faraó que o sucedeu que, possivelmente, os trouxe para o sul da área de Mênfis. Além de todos os recipientes de pedra o nome de Ninetjer só aparece duas vezes em outros tipos de objetos: um pequeno recipiente de marfim e uma estatueta de alabastro de considerável significado, tanto do ponto de vista histórico quanto do ponto de vista artístico. Esta pequena e bela peça de superfície polida e bem preservada, cuja foto vemos no alto da página, mede 13,5 cm de altura e 8,8 x 4,8 cm na base. É feita de um alabastro mais duro do que o habitual com um brilho amarelo-esverdeado. Ela mostra o rei sentado em seu trono usando a coroa branca do Alto Egito e segurando junto ao tórax o heqa e o mangual. Uma barba longa termina exatamente acima da mão direita. Está com o vestuário normalmente relacionado com o festival Heb-Sed. A aparência é a de um homem idoso. Na base o nome do faraó está escrito em hieróglifos, mas não dentro de um cartucho. Esta peça é o exemplo mais antigo, completo e identificável, de uma estatuária tridimensional da realeza egipcia.

Talvez a estatueta comprove que o rei celebrou pelo menos um festival Heb-Sed, mas nenhuma inscrição contemporânea atesta esta celebração. Outra prova da realização do festival seria a quantidade de recipientes de pedra descobertos nas galerias da pirâmide de Djoser, que podem ter sido preparados para este evento. Entretanto, alguns eruditos teorizam que isto apenas demonstra as dificuldades do reinado. Sugerem que este material nunca foi distribuído devido às desavenças internas que interromperam as comunicações e debilitaram a autoridade da administração central. Consequentemente, os recipientes de pedra foram apropriados por reis subsequentes.

Ele ficou famoso por realizar belíssimos festivais e construir templos maravilhoos. Durante seu tempo, aparentemente, um festival de Seker era realizado a cada seis anos, sendo que ocorreram pelo menos quatro deles, e a corrida do touro Ápis foi registrada duas vezes: durante o 9º e o 15º anos de seu reinado. As anotações sobre diferentes celebrações são todas, menos uma, referentes a eventos do Baixo Egito, o que pode indicar que suas atividades estavam em grande parte, se não completamente, limitadas àquela região. A cerimônia realizada no Alto Egito estava associada com a deusa Nekhbet durante o 19º ano do reinado.

NomeNinetjer
Avós---
PaiReneb (?)
Mãe---
Esposa---
Filhos---
Pirâmides construídas---
TúmuloProvavelmente em Saqqara
Múmia---