Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino Hórus, o Menino

HORUS O MENINO


Introdução
Touro Ápis
Touro Mnévis
Touro Buchis
Babuíno
Chacal
Lobo
Íbis
Leoa
Gata
Falcão

Sol no Horizonte

Hórus de Edfu
Hórus Antigo
Hórus Menino

Hórus, Filho
de Ísis


Olho de Hórus
Filhos de Hórus Deus da Guerra Leão
Escaravelho

Carneiro de Amon

Carneiro de Khnum


Escorpião
Deus Terra

Guardião dos Horizontes

Pássaro Alma
Fênix
Bode
Crocodilo
Hipopótamo
Vaca
Peixes
Abutre

Naja da Colheita

Naja do Cume do Ocidente

Serpente Uraeus

Serpente Apófis

Serpente Defensora

Serpentes do Inferno

Glossário HOME PAGE
ACREDITA-SE QUE A LENDA do deus Osíris tenha sido baseada em eventos históricos verdadeiros ocorridos na região do delta nilótico em época muito primitiva. Com um enfoque bem mais interessante do que o das teologias de criação do Universo surgidas em Heliópolis e outras cidades, ela fez grande sucesso ao ser introduzida no conjunto das tradições religiosas reais no decorrer do Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C). Nos textos egípcios essa história nunca aparece narrada do início ao fim, mas o padrão das referências aos incidentes que dela fazem parte confirmam a sequência geral de eventos como relatados pelo autor grego Plutarco (c. 50 a 125 d.C.). Na ilustração ao lado a divindade está representada com atributos de faraó numa estatueta em madeira pintada, de cerca de 1300 a.C., pertencente ao Museu Britânico de Londres.

DE ACORDO COM A NARRATIVA, Osíris foi um soberano justo e benemérito que reinou sobre o Egito a partir do delta. Seu reinado foi interrompido por seu irmão, Seth, que o matou por ciúmes. Plutarco relata que Seth confeccionou uma rica arca com as medidas do corpo de Osíris, cuja estatura passava dos cinco metros, e convidou-o para um banquete no qual estaria um grupo de 72 conspiradores propensos a matá-lo. A título de gracejo, Seth introduziu a arca na sala do banquete e afirmou que a daria de presente a quem melhor se ajustasse a ela. Todos os convidados nela entraram, deitando-se, mas nenhum deles a preenchia integralmente. Finalmente entrou Osíris, estendendo-se no fundo, exatamente do seu tamanho. A tampa foi pregada imediatamente e a arca atirada ao Nilo, de onde foi dar ao mar.

A LENDA PASSA ENTÃO A DESCREVER as andanças de Ísis que, desolada, saiu em busca do corpo do marido encontrando-o, finalmente, em Biblos, para onde o oceano o havia levado. Após uma série de peripécias, retornou ao país natal trazendo consigo a arca com o corpo. No caminho abriu a arca e, empregando todo o seu mágico poder, tentou ressuscitar o marido. Tornou-se um falcão e, agitando as asas sobre ele, tentou retituir-lhe o sopro da vida. Embora não tendo conseguido, milagrosamente ficou fecundada. A deusa refugiou-se nos arredores de Buto, mas o malvado Seth não demorou em descobrir a arca. Roubou o corpo de Osíris e dividiu-o em 14 pedaços que foram espalhados pelo Egito. A paciente Ísis, com a ajuda de sua irmã Néftis, procurou e encontrou todos os pedaços, com exceção do falo, engolido pelo peixe Oxyrinco. O corpo foi reconstituído por artes mágicas de Ísis e o deus Anúbis o embalsamou, tendo surgido assim a primeira múmia. Findo o sepultamento, Ísis voltou a refugiar-se nos pantanais de Buto para proteger-se, e ao filho que esperava, das maldades de Seth.

O FILHO DE ÍSIS NASCEU, informa Plutarco, antes do devido tempo e era uma criança de pernas débeis, ou seja, era um bebê prematuro, e recebeu o nome de Harpócrates. De fato, em Heliópolis o deus Hórus recebia o nome de Heru-pa-khret, palavra egípcia que significa Hórus, o menino, e que os gregos traduziram para Harpócrates. Tratava-se de uma forma tardia de Hórus no seu aspecto de ser o filho de Ísis e Osíris quando criança e fazia parte da enéade daquela cidade, tendo sido cultuado em muitos santuários do país. Nesse caso é representado por uma criança nua, usando a coroa dupla do faraó, ou um penteado infantil com tranças, e chupando o dedo, como vemos nessa foto de uma estatueta que pertence ao Museu Ashmolean, de Oxford. Os gregos o imaginaram com o dedo sobre a boca, isto é, ante os lábios, o que fazia dele uma divindade da discrição e do silêncio. Nesse caso simbolizava o estado débil do pensamento do homem o qual, ante os deuses, nunca passa de uma criança. O melhor que o ser humano pode fazer é adorar as divindades em silêncio.

HARPÓCRATES MUITAS VEZES É retratado sendo amamentado por Ísis ou por Hátor. Ambas amamentaram-no e criaram-no justamente para que pudesse vingar-se de seu tio Seth, o rei mau do Alto Egito que matara seu pai Osíris. A estatueta em bronze que vemos ao lado, por exemplo, com 18,4 por 4,5 cm, que deve ter sido produzida entre 712 e 30 a.C. e que pertence ao museu da Emory University, de Atlanta, nos Estados Unidos, mostra o deus sendo amamentado por sua mãe. Também podia ser identificado com o deus-Sol que renascia a cada manhã, dissipando as trevas, sendo, então, mostrado a emergir de uma flor de lótus que flutua sobre as águas celestiais. Ele simbolizava o incessante renovar da vida, a eterna juventude, tudo aquilo que perpetuamente renasce devido às alternâncias da vida e da morte.

NO PERÍODO TARDIO (c. 712 a 332 a.C.), essa divindade tornou-se bastante popular e aparecia representada como uma criança nua em pé sobre um crocodilo, tendo nas mãos cobras e escorpiões. Ficou, então, conhecido como um deus com poder de curar as pessoas que tivessem sido mordidas por cobras ou picadas por escorpiões. Ainda podia personificar, segundo alguns autores, os germens que começam a brotar, já que seu pai era uma divindade agrária, ou o Sol debilitado do inverno. Entretanto, Plutarco afirma: Não se deve imaginar que Harpócrates seja um deus imperfeito em estado de infância, nem grão que germina. Assenta melhor considerá-lo como o que retifica e corrige as opiniões irreflexivas, imperfeitas e truncadas no concernente aos deuses, e tão difundidas entre os homens. Por isso, e como símbolo de discrição e silêncio, esse deus aplica o dedo sobre os lábios.