O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes O Guardião dos Horizontes

O GUARDIAO DOS HORIZONTES


Introdução
Touro Ápis
Touro Mnévis
Touro Buchis
Babuíno
Chacal
Lobo
Íbis
Leoa
Gata
Falcão

Sol no Horizonte

Hórus de Edfu
Hórus Antigo
Hórus Menino

Hórus, Filho
de Ísis


Olho de Hórus
Filhos de Hórus Deus da Guerra Leão
Escaravelho

Carneiro de Amon

Carneiro de Khnum


Escorpião
Deus Terra

Guardião dos Horizontes

Pássaro Alma
Fênix
Bode
Crocodilo
Hipopótamo
Vaca
Peixes
Abutre

Naja da Colheita

Naja do Cume do Ocidente

Serpente Uraeus

Serpente Apófis

Serpente Defensora

Serpentes do Inferno

Glossário HOME PAGE
É BEM provável que no Egito os leões tenham ganho simbolismo de cunho religoso no período pré-histórico. A associação entre o rei e o leão deve ter se originado das caçadas a esses animais efetuadas pelos chefes tribais durante o período pré-dinástico. O fato é que o "rei das selvas" sempre foi símbolo do poder e soberania dos faraós. Por serem animais que viviam normalmente nas bordas dos desertos a leste e a oeste do Nilo, acabaram por ser conhecidos como guardiães dos horizontes oriental e ocidental, nos quais o Sol nascia e se punha e, consequentemente, se vincularam às divindades solares.

AKER, UM DEUS-TERRA BASTANTE ANTIGO, cujo nome é citado pela primeira vez em 17 passagens do Texto das Pirâmides, era tido justamente como guardião dos portões do além-túmulo pelos quais o deus-Sol passava diariamente e seu protetor nos momentos em que esse último, no decorrer de sua viagem noturna, entrava ou saia do mundo subterrâneo pelos horizontes do poente e do nascente, respectivamente. Tendo em vista essa sua função de proteção dupla em pontos diametralmente opostos do céu, era representado na forma de uma esfinge geminada, ou seja, como dois leões sentados e voltados para lados opostos; e já que o Sol nascia toda manhã e morria toda tarde, o leão estava associado com a morte e o renascimento. Nesse sentido ele aparece representado em camas ou ataúdes funerários, bem como em mesas para embalsamamento. Podia acontecer dos animais terem cabeças humanas. Entre eles aparece um símbolo denominado akhet que representa o horizonte: um disco solar apoiado entre os dois cumes de uma montanha.

OS EGÍPCIOS ACREDITARAM que havia uma cadeia cósmica de montanhas que sustentava os céus. O monte mítico no qual o Sol se punha, a região do horizonte ocidental, era conhecido como Manu, enquanto que o monte mítico no qual o Sol nascia, a região do horizonte oriental, era chamado de Bakhu. Cada pico dessa cadeia de montanhas era guardado por um deus Aker. Na figura que ilustra essa página, extraída do papiro do Livro dos Mortos de Ani, o artista pintou, acima das costas dos dois leões que representam Aker, os dois montes primevos interligados (akhet) e o sol no meio deles formando a palavra hieroglífica para "horizonte" e, mais acima, o hieróglifo de céu (pet). O leão duplo, os dois horizontes e as duas montanhas são imagens diferentes que simbolizam a mesma coisa: passagem da vida para a morte, do dia para a noite e vice-versa. Aker não era uma deidade para ser adorada em templos; estava mais ligada aos conceitos primevos e aos poderes da Terra. Primitivamente essa divindade foi representada como uma estreita faixa de terra com uma cabeça humana ou de leão em cada extremidade. No período posterior da teologia egípcia os dois leões receberam os nomes de Sef e Duau, respectivamente, ontem e amanhã.


POR ANALOGIA O DEUS TAMBÉM ABRIA O PORTÃO DA Terra para que o faraó passasse para o mundo subterrâneo. Mais importante do que isso, ele aprisionava os pedaços da serpente Apófis. E isso era feito depois que Selkis, na defesa do barco de , conseguia cortar a cobra em pedaços. Também, carregando a barca do deus-Sol em suas costas, como às vezes era mostrado, Aker garantia uma passagem segura para a embarcação em sua viagem de oeste a leste durante as horas da noite. Embora fosse uma divindade terrena e, portanto, dos seres vivos, por ser guardiã da entrada e da saída do além-túmulo, ela recebia os apelos dos mortos para que lhes pemitisse a entrada no além e, em função de sua face dupla, lá os protegia dos perigos surgidos pela frente ou pelas costas
do falecido.

ASSIM COMO ESSE DEUS APARECIA na mobília funerária, às vezes as camas e cadeiras dos vivos também eram adornadas com patas ou cabeças de leões. Embora o motivo para isso possa ter sido apenas decorativo, é possível que houvesse um significado mágico, no sentido de garantir que o indivíduo levantaria renovado depois do sono ou repouso. Estátuas de Aker eram colocadas nas portas de palácios e tumbas para repelir os maus espíritos e entidades maléficas. Foi a essas estátuas com cabeças de seres humanos que os gregos deram o nome de esfinges. Nos telhados dos templos, cabeças de leões se tornaram extremidades de gárgulas, provavelmente porque se acreditava que ali o leão absorveria as maléficas tempestades de Seth, o deus do mal, e as cuspiria pelas laterais do edifício. Aker também foi uma divindade conhecida por absorver o veneno do corpo de qualquer um que houvesse sido mordido por
uma cobra.

EM DESENHOS DOS TÚMULOS DO IMPÉRIO NOVO (c. 1550 a 1070 a.C.) a esfinge de Aker do portão oriental aparece orgulhosamente sentada com seu traseiro enfiado em um buraco. Por baixo pode ser visto um curioso rio ou canal subterrâneo. Atrás do leão eleva-se um imenso morro ou pirâmide e debaixo dessa estrutura encontra-se uma câmara grande e oval que parece estar hermeticamente fechada. Nesta câmara misteriosa afirma-se que existe algum grande segredo, sem nenhuma dúvida dos "deuses" que governaram a terra do Egito durante a época remota dos "primeiros tempos". Esta câmara estranha foi chamada a Casa de Seker em Rostau. A semelhança com o complexo da Esfinge em Gizé é fantástica. Gizé, em tempos antigos, foi chamado de Rostau. Seker, uma deidade com cabeça de falcão, foi identificada como Hórus.

UM PAPIRO GREGO MENCIONA LEÕES que teriam sido enterrados na necrópole de animais sagrados em Saqqara, mas nenhum deles havia sido encontrado até novembro de 2001 quando arqueólogos franceses localizaram o primeiro exemplar de um leão mumificado pelos antigos egípcios, na tumba de Maya, uma suposta ama-de-leite de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.). O leão macho encontrado está entre os maiores conhecidos pela ciência e seus ossos demonstram que viveu em cativeiro até uma idade avançada. Embora Maya tenha sido enterrada mais ou menos em 1430 a.C., isso não significa que o animal encontrado tenha sido enterrado junto, porque nos últimos séculos antes de Cristo a tumba foi reutilizada para outros funerais de seres humanos e animais, na maior parte das vezes, gatos mumificados. O que se encontrou, e que vemos na foto acima, foi um esqueleto virtualmente completo de um leão que um dia havia sido mumificado.