Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa Qaa
CARTUCHO DE QAA

Introdução

Os Faraós como Deuses

Os Faraós como Guerreiros

Os Faraós como Governantes

Os Faraós como
Seres Humanos


Os Nomes
dos Faraós


O Poder
dos Faraós


A Justiça
dos Faraós


As Vestimentas
dos Faraós


As Sandálias
dos Faraós


O Casamento
dos Faraós


As Famílias
dos Faraós


A Corte
dos Faraós


O Palácio
dos Faraós


O Lazer
dos Faraós


Os Faraós no Além-túmulo

Os Faraós no Além-túmulo
Parte 2


Os Túmulos
dos Faraós


Mulheres
no Trono


Biografias
dos Faraós


Apêndices

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TUMBA DE QAA Último rei da I dinastia (c. 2920 a 2770 a.C.), Qaa pode ter reinado durante 26 anos de acordo com a cronologia de Maneton. Entretanto, o nome de Bieneches que Maneton dá para o último faraó daquele período, não tem relação com o nome Qaa. O Papiro Real de Turim afirma que ele faleceu com 63 anos de idade, mas não aponta a duração do seu reinado. O progresso dos projetos arquitetônicos é bem marcante no reinado deste faraó. Em Abido foi descoberto um túmulo, provavelmente um cenotáfio, com estrutura melhor elaborada do que as dos faraós anteriores. Ele é formado por uma cova retangular profunda acessada por uma escada descendente no lado noroeste. Em ambos os lados da escada há dois armazéns e tanto eles quanto a câmara sepulcral dentro da cova originalmente possuiam teto de madeira. Em escavações realizadas em 1993 ainda havia na câmara funerária pedaços do piso de madeira e vestígios de pinturas nas paredes. Neste mesmo ano se descobriu que a tumba havia passado por numerosas alterações e ampliações a partir de uma câmara funerária simples revestida de tijolos. Entre os achados havia uma lista dos nomes de todos os reis da I dinastia, incluindo o nome do próprio Qaa e omitindo apenas o nome da rainha Merneith. Narmer aparece encabeçando a relação, o que sugere que ele teria sido o fundador da dinastia e unificador do país. Circundando a estrutura principal, existem outros armazéns e 26 sepulturas subsidiárias para osESTELA DE QAA criados, todos com o chão em nível mais alto do que a câmara funerária e a escada. Acredita-se que a estrutura existente acima do solo, hoje destruída, originalmente cobria a tumba inteira e media cerca de 30x23 metros. Identificou-se o monumento como pertencente a Qaa porque, além de lacres para jarros e etiquetas, nele foram encontrados restos de duas estelas, ambas com o nome do faraó, o qual significa Seu Braço está Erguido. Uma delas, com 1,43 m de altura, pode ser vista na foto ao lado e se encontra no Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia. Outra estela deste rei, de pedra calcária, encontra-se no Museu do Louvre. Nela o faraó usa a Coroa Branca do Alto Egito e é abraçado pelo deus Hórus com cabeça de falcão. A Coroa Branca também faz parte do nome dele dentro do serekh sobre as duas cabeças, indicando, provavelmente, o triunfo final sobre Abido no sul.

Em 1900 o arqueólogo Flinders Petria descobriu na tumba de Abido um peça de jogo em marfim que mostra um prisioneiro de guerra com as mãos amaradas nas costas. A figura representada é de uma tribo do leste. Sobre sua cabeça existe um hieróglifo realmente incomum que em tempos posteriores correspondeu aos inimigos daquela região. Sua barba abundante demonstra que não se trata de um egípcio, já que estes costumavam raspá-la. Outro achado foram três tijelas de cobre com o nome do rei.

Embora impressionante, a tumba em Abido é menor e de projeto inferior se comparada com um grande túmulo descoberto em Saqqara. Este é formado por uma estrutura retangular de tijolos acima do solo com seu exterior decorado com saliências e recessos, como era usual na época. Os muros são enfeitados com afrescos multi-coloridos, bem preservados, em padrões geométricos imitando tapeçaria. Uma passagem descendente conduz a uma câmara funerária cavada na rocha e a armazens, num projeto similar ao da tumba em Abido. Ao redor de toda a estrutura há um volumosa muralha e ao norte do túmulo em si existe um templo funerário formado por um labirinto de salas e corredores similar aos templos mortuários das pirâmides. Esta grande construção é considerada pelos arqueólogos como o protótipo dos complexos piramidais de épocas posteriores. As medidas totais do monumento são de 65x37 metros. Não existem traços de sepulturas subsidiárias destinadas a criados scrificados no local, o que leva a crer que no tempo de Qaa esse costume bárbaro havia sido abandonado na região do Baixo Egito.

Um túmulo subsidiário de tamanho razoável existente ao sul da entrada do túmulo do faraó parece ter sido de um cortesão que obteve a honra de ser enterrado no mesmo recinto em que o rei foi sepultado. A estela deste nobre, chamado Merka, foi encontrada nas proximidades. Ela faz referências a um segundo Festival Heb-Sed que teria sido realizado. Este fato e ainda a alta qualidade de várias estelas reais que descrevem o faraó sugerem que o reinado de Qaa foi um período de tempo bastante estável e próspero. Por outro lado, a estela de Merka e uma estela menor de um cortesão chamado Sabef, encontrada na tumba de Abido, em função da longa lista de títulos nelas inscritas, demonstram que no tempo deste faraó a escrita já estava desenvolvida muito além de uma simples forma arcaica. Além disso, os títulos destes nobres, que tiveram altas posições na administração do palácio, já apresentam mais ou menos a forma convencional que se tornaria regra en períodos posteriores.

Outra grande tumba em Saqqara também é da época de Qaa e pode ter pertencido à sua esposa ou a algum outro importante membro da familia real. Quatro sepulturas subsidiárias foram encontradas junto deste túmulo, mas embora as evidências mostrem que os enterros foram simultâneos, não parece ter havido sacrifício em massa, como ocorreu nos sepultamentos dos faraós em Abido. A parte inferior de duas estátuas de madeira foram achadas em uma destas tumbas de Saqqara, em um conjunto de salas do lado norte, o que levou alguns estudiosos a acreditarem que ali havia uma capela de oferendas.

Embora túmulos deste faraó tenham sido encontrados, muito pouco se sabe a seu respeito. Em Abido foram achados 30 rótulos que descrevem o recebimento de óleo, provavelmente feito de bagas ou resinas de árvores, oriundo provavelmente da área da Síria-Palestina. Impressões de selos e artefatos também foram encontrados no mesmo local com o nome de Hetepsekhemwy, primeiro faraó da II dinastia (c. 2770 a 2649 a.C.), o que sugere que este faraó teria completado a edificação da tumba em Abido. Um prato inscrito com o nome e títulos de Qaa foi descoberto na tumba de Peribsen, um faraó posterior também pertencente à II dinastia.

NomeQaa
Avós---
PaiSemerkhet (?)
Mãe---
Esposa---
Filhos---
Pirâmides construídas---
TúmuloSaqqara (?)
Múmia---