O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra O Deus da Guerra

O DEUS DA GUERRA


Introdução
Touro Ápis
Touro Mnévis
Touro Buchis
Babuíno
Chacal
Lobo
Íbis
Leoa
Gata
Falcão

Sol no Horizonte

Hórus de Edfu
Hórus Antigo
Hórus Menino

Hórus, Filho
de Ísis


Olho de Hórus
Filhos de Hórus Deus da Guerra Leão
Escaravelho

Carneiro de Amon

Carneiro de Khnum


Escorpião
Deus Terra

Guardião dos Horizontes

Pássaro Alma
Fênix
Bode
Crocodilo
Hipopótamo
Vaca
Peixes
Abutre

Naja da Colheita

Naja do Cume do Ocidente

Serpente Uraeus

Serpente Apófis

Serpente Defensora

Serpentes do Inferno

Glossário HOME PAGE
DEUS MONTU COM CABEÇA DE FALCÃO O DEUS DA GUERRA DOS EGÍPCIOS era Montu, também conhecido como Menthu, Mentu ou Mont. Essa divindade era representada como um homem com uma cabeça de falcão encimada por um disco solar, uma serpente uraeus e duas longas plumas, sendo seu centro de culto a cidade de Iuny, localizada ao sul de Tebas, que foi capital do quarto nomo do Alto Egito até o princípio da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Hoje essa localidade chama-se Armant, nome derivado de Iuny-Montu, o qual se transformou em Ermont em copta e em Hermonthis em grego. È da época ptolomaica o belo relevo que vemos acima, em arenito, com 32 cm de altura e 50,5 cm de largura, pertencente ao Museu do Louvre.

ESSE DEUS É BASTANTE PRIMITIVO e já aparece mencionado no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a. C.) e é citado nos Textos das Pirâmides. Originalmente essa divindade estava ligada a Buchis, o touro sagrado adorado em Hermôntis que simbolizava o poder da fertilidade. No decorrer da XI dinastia (c. 2134 a 1991 a. C.) Montu recebeu um culto especial e vários soberanos adotaram o nome de Mentuhotepe (Montu está contente), incorporando, assim, o nome da divindade ao seu próprio nome. Em Hermôntis foi erguido um santuário dedicado ao deus, protetor da dinastia, e o deus e seu templo passaram a ser considerados como dos mais importantes da região tebana. Foi então, provavelmente, que se criou a personalidade guerreira da divindade. Vitórias conseguidas pelos reis eram atribuídas à força que Montu lhes proporcionava como senhor da guerra e de Tebas. No Império Novo (c. 1550 a 1070 a. C.) os faraós, belicosos que eram, faziam questão de se equiparar a esse deus, ressaltando que no decorrer das batalhas encarnavam a coragem e a força guerreira do deus Montu. Um templo a ele dedicado foi construído durante a XVIII dinastia no santuário de Karnak. Nessa época a divindade era representada com uma clava, um machado e um arco nas mãos e acreditava-se que o faraó fosse seu filho. No Terceiro Período Intermediário (c. 1070 a 712 a. C.) foi adorado em templos da Núbia com o nome de Uronarti.

DEUS MONTU COM CABEÇA DE TOURO A EGIPTÓLOGA ELISABETH Delange nos explica que Montu era adorado sob duas formas animais: a do touro — para exprimir sua função de deus "engendrador" e sob a forma de falcão — na qualidade de deus "regenerador". E a autora prossegue: A personalidade solar de Montu abrange as virtudes guerreiras e agressivas da realeza. Ele passa por ter massacrado os inimigos do Sol. Também encarna o vigor e, patrono das armas, protege o faraó no combate. Foi ele, por exemplo, que protegeu Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) na guerra contra os hititas quando o faraó desgarrou-se de seu exército e foi cercado pelo inimigo na famosa batalha de Kadesh. Ao vangloriar-se de sua vitória nesse episódio, Ramsés II proclama:

Eu sou como Montu, eu lanço as flechas com o braço direito.
Eu sou como Montu, meu gládio é poderoso.
Eu sou como Montu em sua hora, quando seu ataque
se produz.
Vejo que as duas mil carruagens, no meio das quais me encontrava, foram despedaçadas após a passagem dos
meus cavalos.
DIVINDADE LOCAL QUE era, Montu foi eclipsado desde o Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) pelo deus nacional Amon e na época ptolomaica realizou-se seu sincretismo com o deus e os dois nomes foram associados, passando a divindade a ser reverenciada como Montu-Rá. Isso não impedia, entretanto, que os faraós se fizessem representar ao lado da divindade. Filipe Arrhidaeus (323 a 316 a.C.), por exemplo, sucessor de Alexandre, o Grande, mandou esculpir relevos nos quais aparece com vários deuses. No detalhe ao lado o deus Montu lhe oferece o signo ankh, que simboliza vida e proteção.